Seis países membros da OTAN estão unindo forças para criar uma “muralha de drones” com o objetivo de se protegerem contra possíveis ameaças e provocações da Rússia. No último fim de semana, ministros da Finlândia, Noruega, Polônia, Estônia, Letônia e Lituânia se reuniram para discutir a implementação de um sistema coordenado de defesa, conforme reportado pelo Financial Times.

A ministra do Interior da Lituânia, Agnė Bilotaitė, declarou ao Baltic News Service que esta iniciativa é completamente nova e visa criar uma barreira tecnológica que vai desde a Noruega até a Polônia. “O objetivo é usar drones e outras tecnologias para proteger nossas fronteiras,” afirmou Bilotaitė.

Embora ainda não estejam claros os detalhes sobre quando esse sistema será implementado e como funcionará, há indicações de que o financiamento da União Europeia poderá ser utilizado para apoiar o projeto. A importância da vigilância por drones e da capacidade anti-drones foi destacada pelo Ministro do Interior da Estônia, Lauri Läänemets, que afirmou ser crucial tanto para a dissuasão quanto para o combate às atividades de influência do vizinho oriental.

A decisão de criar essa muralha tecnológica surge em meio a uma série de provocações na região do Báltico, incluindo um recente decreto russo propondo a revisão das fronteiras marítimas com a Lituânia e a Finlândia, o que gerou preocupações. Além disso, guardas de fronteira russos removeram boias que demarcam rotas de navegação no Rio Narva, que marca a fronteira com a Rússia, um movimento que foi considerado “inaceitável” pelo representante da UE, Josep Borrell.

Especialistas alertam que a Rússia pode tentar testar a solidariedade da OTAN nos próximos anos. O Ministro da Defesa da Dinamarca, Troels Lund Poulsen, mencionou que não se pode descartar a possibilidade de a Rússia desafiar o Artigo 5 da OTAN em um período de três a cinco anos. No entanto, alguns analistas acreditam que a Rússia, enfraquecida pelo conflito na Ucrânia, não está em posição de fazer tal movimento.

Apesar das declarações do presidente russo, Vladimir Putin, de que não pretende atacar membros da OTAN, a aliança continua a se preparar para uma variedade de ameaças militares e não-militares, conhecidas como ameaças híbridas.

A nova “muralha de drones” representa um esforço significativo para fortalecer a segurança nas fronteiras da OTAN contra possíveis ações hostis da Rússia.