Em um dos meses mais devastadores desde o início da guerra, a Rússia enfrentou uma média de 1.200 baixas por dia em maio, de acordo com informações da inteligência britânica. Este número representa o pico mais alto de perdas diárias desde que o conflito começou, em fevereiro de 2022.
Segundo o relatório do Ministério da Defesa do Reino Unido, o aumento significativo nas baixas pode ser atribuído a ofensivas intensas e custosas conduzidas pela Rússia ao longo das linhas de frente. O foco principal dessas ofensivas tem sido a região ao redor de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, onde os combates têm sido particularmente ferozes.
As operações militares russas têm sido marcadas por ataques frontais massivos, muitas vezes envolvendo soldados inexperientes e mal treinados. “É altamente provável que a maioria das forças russas receba apenas um treinamento limitado, incapacitadas de realizar operações ofensivas complexas,” informa o relatório. Como resultado, a Rússia tem empregado táticas de ataque em ondas, que, embora efetivas em termos de pressão constante, resultam em um número elevado de baixas.
Esse método de combate, que depende de força bruta e números superiores, busca desgastar as defesas ucranianas, forçando-as a consumir munição rapidamente para evitar serem sobrepujadas. No entanto, a alta taxa de baixas está prejudicando a capacidade da Rússia de treinar e manter unidades mais capacitadas no campo de batalha.
Além das perdas humanas, a pressão para repor constantemente o pessoal da linha de frente está limitando a habilidade da Rússia de formar unidades de maior capacidade. Desde o início do conflito, as perdas russas têm mostrado um aumento constante: de uma média de 400 por dia em 2022, para 693 em 2023, e agora 913 no primeiro trimestre de 2024.
A situação em Kharkiv é emblemática dessa estratégia. Recentemente, o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW) relatou que as tropas russas estão sendo transferidas para áreas ao norte da cidade, em uma tentativa de fixar as forças ucranianas e preparar o terreno para uma nova fase ofensiva.
O alto número de baixas russas continua a ser um dos aspectos mais marcantes e trágicos desta guerra, destacando a brutalidade e o custo humano do conflito em curso.