A maior usina hidrelétrica da Ucrânia, a Dnipro Hydroelectric Power Plant (HPP), encontra-se em estado crítico após ter sido atingida por ataques russos a instalações energéticas chave do país. Autoridades ucranianas confirmaram a gravidade da situação neste domingo.

Ivan Fedorov, chefe da administração militar da região de Zaporizhzhia, informou à televisão local que a planta não é mais capaz de gerar eletricidade. “O tráfego ao redor da planta está completamente bloqueado”, acrescentou Fedorov, explicando que moradores estão sendo obrigados a usar pontes para se deslocar.

Os ataques fazem parte de uma estratégia contínua da Rússia de atingir infraestruturas energéticas vitais. O Ministério da Energia da Ucrânia alertou para uma “escassez significativa de energia” como consequência direta desses bombardeios. Desde março, esta é a sexta grande ofensiva contra instalações energéticas no país.

Diversas regiões, incluindo Zaporizhzhia, Dnipropetrovsk, Donetsk, Kirovohrad e Ivano-Frankivsk, foram afetadas pelos ataques, resultando em apagões emergenciais. O Ministério da Defesa da Rússia justificou os ataques como uma resposta às tentativas do regime de Kyiv de danificar instalações de energia e transporte russas.

A situação intensifica-se nas linhas de frente, com a Ucrânia enfrentando contínuos ataques aéreos. Em maio, a Rússia abriu uma nova frente com um ataque surpresa ao nordeste de Kharkiv, explorando a escassez de armamentos e mão de obra ucraniana.

Durante um encontro com chefes de defesa em Singapura, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky apelou a países da região Ásia-Pacífico para participarem de uma cúpula de paz, acusando a Rússia de tentar impedir a realização do evento. Zelensky agradeceu ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pela permissão para a Ucrânia usar munições americanas em ataques limitados dentro do território russo, mas enfatizou que isso ainda não é suficiente.

A crise energética e os danos severos à infraestrutura energética ucraniana representam um novo desafio significativo para o país, já devastado pela guerra em curso.